sábado, 11 de janeiro de 2014

Para que eles cresçam

Gosto muito de conhecer histórias de outras mães com seus filhos e, quando encontro uma que acho que tem 'cara' de Mãe Humana, acabo não resistindo em pedir autorização para publicar aqui no nosso cantinho.
Sou fã da Camila Abadie por vários motivos, e esse último post publicado em seu blog me emocionou, apesar da simplicidade do cotidiano (se bem que vejo mesmo muito mais beleza na rotina que passa desapercebida do que em eventos extraordinários).
Reproduzo aqui mais um dia na casa dos Abadie. Espero que vocês conheçam seu blog e o acompanhem com frequência, vale muito a pena!
 
Hoje foi um dia de pequenas grandes conquistas.
Há tempos Chloe vem demonstrando ainda mais vontade de ajudar nas tarefas de casa e de aprender coisas novas, especialmente cozinhar. Durante toda a semana ela espontaneamente tem lavado a louça do almoço, uma tarefa extra além da arrumação obrigatória do próprio quarto. Hoje, no entanto, como havia tempo, resolvi deixá-la participar um pouco mais dos afazeres culinários e deixei que preparasse sozinha um ovo mexido com queijo que virou um dos acompanhamentos do seu almoço.

Foi com alegria que a vi preparando toda a simples receita com cuidado e felicidade. Na hora de comer o resultado não foi tão ao seu agrado quanto a preparação, de modo que mais ou menos metade do ovo ficou para a mamãe, mas tudo bem. Um passo a mais no caminho da autonomia e da autoconfiança.

À tardinha, outra conquista: Benjamin finalmente conseguiu fazer xixi sem a fralda. Reproduzo aqui o post que fiz lá no facebook:

- Mãe, minha "biga" tá cheia! - Então faz xixi, Bibi. - Não consigo! - Imagina que tu ainda está de fraldinha. - Mas eu não tô! - Pensa, imagina a fraldinha... 3 segundos depois: xiiiiii... E um rostinho iluminado de alegria por conseguir fazer xixi como o papai. \o/
Por último, na hora da janta, resolvi "liberar geral" e deixar o menino comer totalmente sem o meu auxílio e supervisão. Não foi uma decisão tomada voluntariamente, mas eu não queria deixar o Nathaniel chorando enquanto dava de comer ao Bibi. Assim, babeiro posto, prato preparado, deixei-o, pela primeira vez, totalmente sem ajuda. E qual foi a minha surpresa ao constatar que ele deu conta do recado muitíssimo bem, obrigada! Por ser um menino extremamente meticuloso, não deixou que mais de dois grãozinhos caíssem do prato, a cada colherada organizando o montinho de comida.
Agora, diante da tela do computador, chego à mesma conclusão a que cheguei outras vezes, em outras ocasiões, e parafraseio João Batista: é necessário que eles cresçam e eu diminua. Sim. Para que as crianças se desenvolvam é preciso que as deixemos um pouco por conta própria e que nos retraiamos outro pouco, tirando o time de campo e confiando em Deus e na própria natureza para que novas habilidades sejam desenvolvidas e novos patamares sejam atingidos. E como é gratificante ver que, naqueles aspectos em jogo, o cuidado e o preparo até então vigentes estabeleceram uma base sólida a partir da qual a criança pode ir - e de fato vai - mais longe!

Por outro lado, parece-me que muitas vezes o excesso de zelo materno e paterno é na verdade insegurança: um medo de não saber o que fazer se a situação não sair conforme o esperado. E com isso quem mais sai perdendo é a própria criança, que é dificultada em seu crescimento por conta de pais superprotetores.

Sim, sim, tudo isso por causa de um ovo mexido, um xixi no penico e uma janta com as próprias mãos, mas quem de nós pôde dar-se ao luxo de pular tais etapas? ;)

2 comentários:

  1. Sou como você, Janine: vejo muito mais beleza na rotina que passa desapercebida do que em eventos extraordinários.
    Lindo relato, me apaixonei e já estou seguindo o blog da Camila.
    Beijos

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