É bom demais ser mãe!
Quando digo bom, não quero dizer fácil. Ser mãe é muito mais do que pôr filhos no mundo, trocar fraldas, amamentar, passar noites em claro, dar banho, gastar com roupas (porque eles crescem e crescem rápido), se preocupar com a educação e os bons costumes, etc, etc, etc... Ser mãe é, acima de tudo, aceitar a condição de amante.
Somos eternas amantes dos nossos filhos. Ao serem concebidos, logo recebem toda nossa atenção e nosso amor e, mesmo que não planejemos ou desejemos, já nos percebemos outra. Muda corpo, cabeça e alma. São nove meses de muitas mudanças e inconstâncias, hormônios lá em cima, hormônios lá embaixo... tudo culpa desses e daqueles. Pare pra pensar: nove meses é muito pouco tempo pra você se preparar para a maior mudança de toda sua vida. Uma vez mãe, eternamente mãe! Nada e nem ninguém pode mudar isso. Não há como voltar atrás. Tempo algum seria suficiente para essa suposta preparação. Quem está preparada para toda essa mudança? (Se você, minha amiga, conseguiu essa proeza, parabéns! Eu não.)
E num piscar de olhos passam-se esses intermináveis meses. O filho! Aquele que é seu! E você ama! Mas e ele? Ele chora, mama, dorme, chora, faz cocô, mama, dorme, chora, mama, faz cocô, dorme, mama, chora... Não, ele não ama, ainda não. Mãe ama primeiro. Mãe ama durante muito tempo sem ser amada, sem receber nada em troca. E nem adianta cobrar, ele ainda não sabe o que é o amor. Mãe ama e ensina a amar. Mãe ama porque sabe que esse serzinho, tão pequeno e indefeso, depende desse amor. Que amor? Quanto amor? Todo amor!
Ser mãe é isso. Amar. Amar. Doar. Amar. E um dia, ao contemplar aquele sorrisinho que desmorona a mais dura pedra, ter a certeza de que nada abala esse amor.
Daí vale refletir: se nós, humanos e imperfeitos, somos capazes de amar assim, quanto mais o Senhor nos ama (Mateus 7,11).
Que Ele, o Amor, nos guie nessa dura e linda missão.