terça-feira, 9 de agosto de 2011

Filhos e Livros

Lá em casa o que não falta é livro pra tudo que é lado. Meu marido é viciado em livros e minha filha vai pelo mesmo caminho (e eu adoro isso!)

Daí que li um artigo sobre o livro certo para cada criança e resolvi postar aqui. Vale a pena ler e depois dar uma passadinha na livraria ou biblioteca mais próxima ;)

 



Por Larissa Purvinni, mãe de Carol, Duda e Babi.
Fale com ela: larissa.colunista@revistapaisefilhos.com.br

Como autora da coluna de livros da Pais & Filhos tenho um privilégio maravilhoso: recebo livros e mais livros todos os dias. Mesmo ganhando muitos, ainda compro alguns. Foi o que aconteceu agora em Paraty, quando fui pela primeira vez para a Flipinha, o lado criança do evento literário mais cult do Brasil. Eu já conhecia os livros da Lúcia Hiratsuka, mas fiquei apaixonada por A Visita (ed. DCL), sobre o qual ela falou na Ciranda dos Autores.

Como o sobrenome não nega, Lúcia é descendente de japoneses. Criada num sítio, no interior de São Paulo, sua história, em tese, não tem muito a ver com a de minhas filhas, crianças de apartamento. Não que precisasse ter. Mas, por essas coincidências que vão dando sentido à vida, descobri que esse sítio ficava em Duartina, cidade onde meu pai nasceu. A Visita é um livro só de imagens que diz muitas coisas, coisas diferentes para pessoas diferentes e até para a mesma pessoa em momentos distintos. Um Fusca vermelho chega ao sítio. No começo é um pontinho rubro no horizonte, depois se vê que é um carro. Lúcia conta que achava Fusca muito chique, porque o pai dela só comprava perua Rural. O Fusca traz um homem, o menino estranha, se esconde. Vamos vendo as expressões dele, esperando o que vai acontecer...

Quando vi o livro, tive certeza de que minha caçula, a Babi, de 2 anos e 8 meses, ia adorar. Os avós têm um sítio, ela conhece porteira, o Fusca 71 do caseiro, ela demora a dar confiança às visitas... Dito e feito. A cada vez que abrimos o livro ela se assusta com o “moço” que chega e faz suas as expectativas do menino.
Com essa certeza, fui até a livraria do evento. Mas queria levar livros também pra Carol, de 9, e Duda, 7. Carol gosta de livros de aventura, escolhi Perigo na Caverna do Pirata, de Karen Dolby (ed. Scipione). A cada página, um enigma, algo para descobrir escondido no meio das ilustrações... Mas, e para Duda? Confesso que ainda é um pouco misteriosa para mim. Vez ou outra, acerto. Desta vez, encontrei Quando Nasce um Monstro (ed. Salamandra), do escritor britânico Sean Taylor, bem nonsense, maluquinho como ela. Estou esperando que voltem da casa da avó para saber se acertei.
Acredito que os livros são como uma segunda casa, um lugar mágico para onde vamos quando queremos viver outras vidas, descansar, chorar ou rir. Com Lúcia Hiratsuka, aprendi uma palavra japonesa que traduz uma ideia semelhante: furusato. “Furusato é onde a gente nasce, mas também é o lugar aonde vamos, em pensamento, quando estamos tristes ou felizes”. O melhor livro para seu filho é aquele onde ele pode morar. Você só sabe se souber ler. E, para bom entendedor, um pingo é letra, um Fusca é história...

Larissa Purvinni foi diretora de redação da Pais & Filhos e é apaixonada por livros. No momento lê Paris é Uma Festa, de Hemingway.

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