terça-feira, 28 de maio de 2013

E pra sempre eu serei tua Maria

          Hoje é nosso dia, Sérgio. Não tenho palavras para agradecer-te cada dia passado ao meu lado. Toda vez que canto essa música me lembro de você e da família linda que você me deu. Te amo!!!





COM POESIA
Suely Façanha

Ah quem dera com palavras explicar o amor.
Ah quisera com poesia comparar seu valor.
É como as águas da chuva caindo ao encontro do mar
Tornando-se um só.
Como a águia nos braços do vento vai
Ou a rosa e os raios de sol
Nosso amor assim será.
Deus é nosso horizonte nós dois o céu e a terra
Ele uniu nossas vidas e fez sagrada nossa família
Mais que a glória de um homem,
Bem mais que as dores e o que vier
Deus será nossa força nossa alegria
Sustento de nossa fé.
E pra sempre eu serei tua Maria
E para mim serás meu José.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Cronograma das tarefas domésticas

Para as donas-de-casa de plantão que, assim como eu, precisa de um roteiro pra não se perder na bagunça. Entre no link "quadro" e imprima, vale a pena!

Uma casa organizada precisa de uma rotina pré-estabelecida. As consultoras em organização Cristina Tancredi da Fonseca e Maria Bernadete Mininel sugerem um roteiro diário, com as tarefas básicas e indispensáveis, e outro semanal, com faxinas por ambientes da casa. Confira no quadro as sugestões das especialistas e adapte-as de acordo com as particularidades da sua casa.

Fonte: Revista Crescer 

Por que as crianças francesas não têm Deficit de Atenção?



Nos Estados Unidos, pelo menos 9% das crianças em idade escolar foram diagnosticadas com TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade), e estão sendo tratadas com medicamentos. Na França, a percentagem de crianças diagnosticadas e medicadas para o TDAH é inferior a 0,5%. Como é que a epidemia de TDAH, que tornou-se firmemente estabelecida nos Estados Unidos, foi quase completamente desconsiderada com relação a crianças na França?

TDAH é um transtorno biológico-neurológico? Surpreendentemente, a resposta a esta pergunta depende do fato de você morar na França ou nos Estados Unidos. Nos Estados Unidos, os psiquiatras pediátricos consideram o TDAH como um distúrbio biológico, com causas biológicas. O tratamento de escolha também é biológico – medicamentos estimulantes psíquicos, tais como Ritalina e Adderall.

Os psiquiatras infantis franceses, por outro lado, vêem o TDAH como uma condição médica que tem causas psico-sociais e situacionais. Em vez de tratar os problemas de concentração e de comportamento com drogas, os médicos franceses preferem avaliar o problema subjacente que está causando o sofrimento da criança; não o cérebro da criança, mas o contexto social da criança. Eles, então, optam por tratar o problema do contexto social subjacente com psicoterapia ou aconselhamento familiar. Esta é uma maneira muito diferente de ver as coisas, comparada à tendência americana de atribuir todos os sintomas de uma disfunção biológica a um desequilíbrio químico no cérebro da criança.

Os psiquiatras infantis franceses não usam o mesmo sistema de classificação de problemas emocionais infantis utilizado pelos psiquiatras americanos. Eles não usam o Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders ou DSM. De acordo com o sociólogo Manuel Vallee, a Federação Francesa de Psiquiatria desenvolveu um sistema de classificação alternativa, como uma resistência à influência do DSM-3. Esta alternativa foi a CFTMEA (Classification Française des Troubles Mentaux de L’Enfant et de L’Adolescent), lançado pela primeira vez em 1983, e atualizado em 1988 e 2000. O foco do CFTMEA está em identificar e tratar as causas psicossociais subjacentes aos sintomas das crianças, e não em encontrar os melhores bandaids farmacológicos para mascarar os sintomas.

Na medida em que os médicos franceses são bem sucedidos em encontrar e reparar o que estava errado no contexto social da criança, menos crianças se enquadram no diagnóstico de TDAH. Além disso, a definição de TDAH não é tão ampla quanto no sistema americano, que na minha opinião, tende a “patologizar” muito do que seria um comportamento normal da infância. O DSM não considera causas subjacentes. Dessa forma, leva os médicos a diagnosticarem como TDAH um número muito maior de crianças sintomáticas, e também os incentiva a tratar as crianças com produtos farmacêuticos.

A abordagem psico-social holística francesa também permite considerar causas nutricionais para sintomas do TDAH, especificamente o fato de o comportamento de algumas crianças se agravar após a ingestão de alimentos com corantes, certos conservantes, e / ou alérgenos. Os médicos que trabalham com crianças com problemas, para não mencionar os pais de muitas crianças com TDAH, estão bem conscientes de que as intervenções dietéticas às vezes podem ajudar. Nos Estados Unidos, o foco estrito no tratamento farmacológico do TDAH, no entanto, incentiva os médicos a ignorarem a influência dos fatores dietéticos sobre o comportamento das crianças.

E depois, claro, há muitas diferentes filosofias de educação infantil nos Estados Unidos e na França. Estas filosofias divergentes poderiam explicar por que as crianças francesas são geralmente mais bem comportadas do que as americanas. Pamela Druckerman destaca os estilos parentais divergentes em seu recente livro, Bringing up Bébé. Acredito que suas idéias são relevantes para a discussão, por que o número de crianças francesas diagnosticadas com TDAH, em nada parecem com os números que estamos vendo nos Estados Unidos.

A partir do momento que seus filhos nascem, os pais franceses oferecem um firme cadre - que significa “matriz” ou “estrutura”. Não é permitido, por exemplo, que as crianças tomem um lanche quando quiserem. As refeições são em quatro momentos específicos do dia. Crianças francesas aprendem a esperar pacientemente pelas refeições, em vez de comer salgadinhos, sempre que lhes apetecer. Os bebês franceses também se adequam aos limites estabelecidos pelos pais. Pais franceses deixam seus bebês chorando se não dormirem durante a noite, com a idade de quatro meses.

Os pais franceses, destaca Druckerman, amam seus filhos tanto quanto os pais americanos. Eles os levam às aulas de piano, à prática esportiva, e os incentivam a tirar o máximo de seus talentos. Mas os pais franceses têm uma filosofia diferente de disciplina. Limites aplicados de forma coerente, na visão francesa, fazem as crianças se sentirem seguras e protegidas. Limites claros, eles acreditam, fazem a criança se sentir mais feliz e mais segura, algo que é congruente com a minha própria experiência, como terapeuta e como mãe. Finalmente, os pais franceses acreditam que ouvir a palavra “não” resgata as crianças da “tirania de seus próprios desejos”. E a palmada, quando usada criteriosamente, não é considerada abuso na França.

Como terapeuta que trabalha com as crianças, faz todo o sentido para mim que as crianças francesas não precisem de medicamentos para controlar o seu comportamento, porque aprendem o auto-controle no início de suas vidas. As crianças crescem em famílias em que as regras são bem compreendidas, e a hierarquia familiar é clara e firme. Em famílias francesas, como descreve Druckerman, os pais estão firmemente no comando de seus filhos, enquanto que no estilo de família americana, a situação é muitas vezes o inverso.

Texto original em Psychology Today

domingo, 19 de maio de 2013

Presente de Mãe para Filho




É tão cedo ainda, menino,
e você já está aí?
Você acorda a manhã
que ainda queria dormir...
E faz o sol pular da cama
espreguiçando seus raios
que vêm bater na janela
com seus dedinhos de luz...
E lá se vai o sono embora,
a casa toda desperta!
Ah, Sérgio, menino levado,
que não gosta de dormir,
pois sonha mesmo acordado! 

Texto escrito pela minha sogra Angela ao meu marido 
em seu aniversário de 8 anos, 06/05/83.

sábado, 18 de maio de 2013

Quando nasce um bebê...

          Uma singela homenagem às mais novas mamães de segunda-viagem:  
Tatiana e Ellen.

"Quando nasce um bebê…
nasce uma mãe,
nasce a cumplicidade,
nasce o silêncio,
nasce a delicadeza,
nasce a saudade,
a insegurança,
nasce o diálogo,
nasce um pai,
a amizade,
e a vontade de viver mais.
Quando nasce um bebê, a vida renasce!”


Maitê e João Paulo sejam bem-vindos!!!

Vídeo retirado do Youtube: A vida renasce

Ser Mãe

          Encerrando essa semana de homenagens, deixo aqui um texto d'O Camponês:

Ser Mãe

Ter um filho é um acontecimento fundante. Impele ao crescimento, à maturidade. Ele chega para abrir espaço em nosso coração, tomar o tempo de nossa vida, desviar o foco de nós mesmos. Chega para nos ensinar a gratuidade e fazer com que experimentemos, ainda que na imperfeição das fraquezas, o amor incondicional. Por isso é que quando chegam as visitas, logo percebem a mudança: a casa não está mais arrumadinha, o pai já não tem tempo de assistir ao futebol… E a mãe? Surge logo aquele comentário: “Fulana, você está com uma cara de mãe!” Não só a cara, mas o corpo, o coração, a alma…

O filho já rasgou a existência daquela mulher. Se seu rosto está mudado é porque por dentro tudo já foi remexido. Repito: a experiência de um filho é uma vivência fundante.

Primeiro vem o alumbramento, o estupor. É uma “peak experience”, o tempo fica suspenso, ao contemplar sua nova condição: “sou mãe!…” Depois, o turbilhão a arrasta de novo, vem a gestação, a novena, tão bela e tão transformadora, os enjôos, os cansaços, os inchaços, mas também a maravilhosa realidade de se carregar um filho dentro de si. Ansiedade, expectativa – e em todo este processo a mulher está sendo transfigurada, preparada para ser mãe – então, novo momento sublime: o nascimento. Aqui, a experiência é mais intensa ainda que a do momento anterior: pode-se ver o rostinho, tocar a pele, escutar a voz, perceber a inocência; é um momento de Céu na terra: eu tenho essa criaturinha nos meus braços, ela nasceu de mim, é fruto meu em colaboração com o Criador!

Mas logo nos primeiros dias, desfaz-se toda a ilusão romântica e cor-de-rosa que envolve o nascimento de um filho. O dia-a-dia chega a ser cruel: noites insones, as dificuldades da amamentação, o choro contínuo, as cólicas, o “não sei mais o que fazer”, as ligações desesperadas para o pediatra. A mãe está em crise, desconcertada. É marinheiro de primeira viajem, para usar uma frase mais que batida. Aos poucos irá entender que tudo isso é necessário parar abrir espaço dentro de si para uma nova existência. Sem essa purificação, jamais será mãe de verdade. Em breve surgirá um sentimento de gratidão por todas essas dificuldades primeiras. É começo do “ser mãe”. Só então virá a serenidade…

Um acontecimento fundante é algo que tem a possibilidade de ser, ao mesmo tempo, inexplicavelmente prazeroso, alegre, cheio de plenitude e profundamente doloroso, árduo e penoso. Por isso se entende o ditado “ser mãe é padecer no Paraíso”. Aqui alegria e tristeza caminham de mãos dadas.

Dias desses vi pregada num mural a propaganda de um curso para gestantes com o objetivo de “ensinar a ser mãe”. Não se aprende a ser mãe num curso. No máximo, se recebe algumas dicas, algumas técnicas… Só aprende a ser mãe quem passa pela experiência de ser mãe. Dolorosa e magnífica experiência de ser mãe.


(Texto escrito em 30/06/2008,  quando do nascimento de Clara, nossa primera filha)

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Avó = Mãe²


          Verdade seja dita: só se dá real valor à própria mãe quando você se torna mãe também. Sempre amei minha mãe de todo coração, sempre tive orgulho em ser sua filha e nunca duvidei de seu amor por nós, seus filhos. Mas, depois que tive Clara, minha primeira filha, é que comecei a entender realmente o que é ser mãe e pude entender tantas coisas desse universo materno.

          Minha mãe é daquelas que não tem vaidades, nem gosta de elogios. Eu sempre repeti aqui em casa que, de seus olhos verdes e cabelos lindos e sedosos, me deixou de herança genética o dedo torto do pé. É claro que não é verdade! Não tenho seus lindos olhos, mas tenho o exemplo do que é ser uma mulher trabalhadora, exímia dona-de-casa, mãe exemplar, esposa dedicada. Ainda não cheguei a ser tudo que ela é, mas sei o caminho porque ela deixou os rastros à minha frente.
          Hoje, devido à fragilidade de sua saúde, ela já não pode mais cuidar tanto da casa (trabalho feito com muita dignidade e carinho pelo meu pai) e já está aposentada, mas seus olhos continuam lindos e jão não é somente uma mãe exemplar, mas uma avó super presente e preocupada.
Vovó Silma com a princesa Clara


          Também gostaria de falar um pouco sobre minha sogra. Antes de ser a mãe do meu marido (já que a conheci antes de conhecê-lo) ela sempre foi um exemplo de mulher de Deus pra mim. Desde o começo da minha caminhada na Igreja ela sempre foi de um grande testemunho de fé, oração e servidão ao Senhor e à Sua obra. Ao contrário de minha mãe, dona Angela tem muitas vaidades: unhas sempre perfeitas, cremes, roupas... mas a maior de todas elas é ter um coração agradável ao Senhor. A família que constituiu com seu Carlos é bem Matriarcal, não pela imposição, mas por sua postura sempre tão firme e ao mesmo tempo materna (no seu sentido mais doce). Como ela mesma sempre diz: "ser avó é ser mãe com açúcar", e nisso ela não economiza - mela os netos com toda sua doçura.
Vovó Angela com Clara em seu aniversário de 1 aninho


          Por último, como cereja de bolo, quero falar sobre dona Irinéa, minha avó, Bibi dos meus filhos. Mulher de vida sofrida que não faz ideia da força interior que tem. Já passou por muitas enfermidades, ainda enfrenta um caminho de pedras, mas está de pé! Teimosa como que só, não se dá o desfrute de ficar de pernas pro ar enquanto outros a servem. Gosta de manter-se útil (mas, vovó, deixa eu te contar um segredo, pode ficar deitadinha porque a gente não se esquece nunca do quanto a senhora é importante pra nós e do quanto a senhora nos ama!). Já não pode mais fazer "aquele" bolo que me acompanha em todos os meus aniversários (esse ano não o terei, né...), mas faz questão de que seja ela a encomendar a outra pessoa. Criou os filhos a tachos de requeijão no fogão a lenha e se orgulha disso. Tudo que quer é um ouvido pra ouvir suas dores e braços para abraços carinhosos. Te amo, Vó!!!
Bibi Irinéa com João e Clara


quarta-feira, 15 de maio de 2013

"Nunca o cansativo cuidado com os meus filhos aliviou tanto meu cansaço!"

Acabei de ler esse texto no facebook de um pai humano, o Renato Varges, e não me contive, precisei pedí-lo emprestado para o blog:

Ficar sozinho com os 3 filhos, preparar o jantar, dar a jantar, brincar, contar histórias, escovar os dentes, cantar e rezar com o Tomé olhando nos seus olhos até ele dormir...
Que grande presente de Deus poder conviver com meus filhos, poder sorrir com eles, ouvir suas palhaçadas, consolar as dores das 1000 quedas da Laura, corrigir seus erros, tirar as 1000 dúvidas da Teresa...enfim... AMÁ-LOS. Algumas conclusões que tirei essa noite ao colocar as meninas na cama:
Só sabe educar quem decide amar, caso contrário corremos o risco de nos tornarmos especialistas em distrair nossos filhos e não em educá-los! Definitivamente, amar não é uma emoção agradável, nem um sentimento gostoso, como descer numa montanha russa... Amor é uma decisão séria e comprometida que envolve em primeiro lugar a felicidade do outro e não a minha! Amar é um sim mútuo entre dois imperfeitos que se escolhem! Amar é decidir-se por fazer o que é melhor pelo outro ainda que isso custe o meu tempo, meus planos, meu sono, minha beleza, minhas últimas energias! Com alegria digo que Deus não me deu o dom da vida para ser retido, afinal, o que guardamos demais acaba perdendo a validade e apodrecendo! Nunca estive tão cansado como estou neste tempo em minha vida... no entanto, nunca o cansativo cuidado com os meus filhos aliviou tanto meu cansaço!
Por fim, posso dizer, não se descansa apenas dormindo! Descansa-se acima de tudo amando e servindo aos outros! Quando se ama de verdade, até o sono é uma forma de amar, pois o repouso nos fará servir melhor aos outros ao despertar.
Boa noite a todos

É com essas sábias e lindas palavras que peço ao Senhor que nos restaure as forças nessa noite para que amanhã sejamospais e mães humanos, porém cheios do Espírito Santo!

terça-feira, 14 de maio de 2013

Mães Amigas Especiais


          Nessa semana, em que acamos de comemorar o Dia das Mães, quero muito dar os parabéns a várias mamães amigas que dividem suas experiências comigo no dia-a-dia, seja no mundo virtual ou no real:

Ellen

Mylene

Aline

Tatiana

Paula

Christiane

Samylla

Camila

Vanessa

Vivian

Gisela


Andrezza 
Fernanda

A essas mamães e muitas outras, meu abraço apertadíssimo!!!

domingo, 12 de maio de 2013

Obrigada por me fazer MÃE!

           Hoje é dia das mães e me vêm à cabeça muitos motivos para escrever. Tanta coisa sobre minha avó, minha mãe, sobre meu relacionamento com meus filhos, sobre outras mães que admiro... Mesmo diante disso tudo (e vou escrever sobre cada um desses motivos durante a semana) não penso outra pessoa a homenagear senão meu esposo. Foi seu aniversário essa semana e não consegui dizer-lhe uma só palavra dentre tantas que borbulhavam no meu coração.
          Apesar disso, esse post não é um pedido de desculpas por isso, já nos conhecemos há 17 anos e sei o quanto ele conhece meu olhar, mesmo na ausência de palavras. Escrevo porque, se não fosse ele, eu não teria a imensa alegria de ser mãe de Clara e João.
          Sérgio não é somente o pai dos meus filhos, mas é quem me auxilia na minha maternidade dia a dia, seja no apoio, seja na correção, seja na confiança que temos um no outro na educação das crianças.
          Obrigada, meu amor, pelo presente maravilhoso que você me deu: a dádiva de ser mãe dos seus filhos. Obrigada por estar sempre ao meu lado a cada dia, auxiliando-me e me guiando no árduo e maravilhoso dever da maternidade. Sem você eu não seria quem sou. Obrigada por ser como São José, sustentando nosso lar na Fé, na Oração e no Amor de Deus. Obrigada por me fazer MÃE!





Nessa imagem, São José acalenta o menino Jesus enquanto Nossa Senhora descansa.  Uma linda imagem de família!





domingo, 5 de maio de 2013

Nadando contra a maré

          Meu marido, exemplar leitor de todo tipo de assuntos, me indicou algumas matérias muito interessantes que tudo a ver com o Mãe Humana.
          Um que me chamou muito a atenção é de um site português Pais&filhos, onde o escritor vai de encontro a muitas regras que a sociedade nos impõe acerca de sono, alimentação e cuidados com o bebê. A matéria "Para criar um bebê só é preciso senso comum" tem muito a ver com o que penso e com o que muitas mães vivem no dia-a-dia. Vale a pena ler cada palavra e repensar nossos atos com nossos filhos e os conselhos que espalhamos por aí.
          

Para criar um bebé só é preciso senso comum

O pediatra espanhol Carlos González, autor do livro Bésame Mucho, regressou a Portugal, a convite do projeto Mamar ao Peito, para uma conferência sobre amamentação. Em entrevista à Pais&filhos, falou dos temas que mais preocupam os pais. Basta ouvi-lo, lê-lo, para se ficar com a impressão de que ter filhos é a coisa mais fácil do mundo.

* Porque é que as crianças resistem tanto ao sono? Porque é que tantas vezes não querem dormir?
A minha teoria é que os bebés, na nossa sociedade, têm medo de ficarem sozinhos. A maioria das mulheres do mundo anda com os filhos às costas todo o dia. A nós, europeus, custa-nos compreender que somos muito poucos e que, na maior parte do mundo, não é como nós fazemos. Na maior parte do mundo, os bebés andam às costas da mãe durante todo o dia e dormem com a sua mãe à noite. Para os bebés africanos ou peruanos, que andam nas costas da mãe todo o dia, é igual estarem a dormir ou estarem acordados, porque adormecem e acordam e continuam junto da sua mãe. Mas, na nossa sociedade, assim que o bebé adormece pomo-lo no berço. Então, os bebés europeus passam várias vezes por dia pela experiência de que estão com a sua mãe quando adormecem e quando acordam estão sozinhos. E eu penso que chegam à conclusão de que é melhor não dormirem. Porque, senão, a mãe vai embora.

* Há muitas críticas ao co-sleeping. Que prejudica a autonomia da criança, que estraga o casamento…
Se não prejudica o marido, não vai prejudicar o bebé. Há muitas mulheres que dormem com os seus maridos e isso não prejudica a sua independência, o seu crescimento, não acontece nada.

* Mas não pode prejudicar a relação?
Todos os nossos avós dormiam com os filhos e tinham muitos mais filhos do que agora… De alguma maneira se consegue.
(abre o livro de Fernando Pessoa e lê)
“Quando eu morrer, filhinho,/Seja eu a criança, o mais pequeno./Pega-me tu ao colo/E leva-me para dentro da tua casa./Despe o meu ser cansado e humano/E deita-me na tua cama./E conta-me histórias, caso eu acorde,/Para eu tornar a adormecer./E dá-me sonhos teus para eu brincar/Até que nasça qualquer dia/Que tu sabes qual é.
Isto era o normal em 1914.


* A solução para as crianças que acordam muitas vezes à noite é levá-las para a cama dos pais?
O problema é que existe uma grande desconfiança em relação às mães e a tudo o que elas fazem. A desconfiança existe na sociedade e nas próprias mães, que não têm confiança em si próprias. Os bebés acordam várias vezes durante a noite, principalmente a partir dos quatro meses. Se eu digo: «Quando o bebé acordar de noite, faz-lhe uma massagem» e a mãe faz e o bebé adormece. A mãe pensa: «Que bem que funciona a massagem». Se digo para pôr a cama virada para oriente, seguindo as indicações do Feng Shui, e ele adormece, a mãe pensa: «Que bom é o Feng Shui». Mas se digo: «Mete-o na cama contigo», e ele adormece, ninguém diz: «Que bom é ele dormir comigo». Em vez disso, dizem: «Este bebé não dorme, se não o ponho na minha cama não dorme». Ou seja, é algo que funciona, mas parece que é mau. E passa-se o mesmo com o chorar. Dizemos: «Este bebé só chora, enquanto não lhe dou colo não se cala». Mas se lhe dermos um medicamento e ele se calar dizemos que o medicamento é maravilhoso.
Os bebés são muito fáceis de criar, muito fáceis de cuidar, só há que usar um pouco o senso comum, ver o que funciona e o que não funciona, lembrarmo-nos de quando fomos crianças. Não é assim tão difícil.

* Porque é que tantas crianças não querem comer?
Quando dou uma conferência, estou numa sala com 100 mães e pergunto: alguma vez, algum médico ou enfermeiro lhes disse que o seu filho tinha pouco peso? Metade da assistência levanta a mão. Depois, pergunto: alguma vez, o seu médico ou enfermeiro lhes disse que o seu filho pesava muito ou estava gordo? Levantam a mão duas ou três. Como é possível que, num país onde o maior problema de saúde é a obesidade infantil, os médicos só encontrem três gordos e encontrem 50 magrinhos? Estamos loucos. Nós, os médicos, estamos a recomendar uma quantidade exagerada de comida e, às vezes, conseguimos que as crianças comam o que recomendamos. A obesidade infantil é devida, além de outros fatores, a milhares de médicos que dizem aos pais que os seus filhos têm de comer mais. Não é cair no absurdo de dizer que pese o que pese é normal e não tem importância. Há coisas que não são normais. O estar demasiado magro é estar fora do gráfico [de percentis]. O cinco por cento é normal, assim como o 95. Até o percentil um é normal.

* Os pais fazem muitas coisas para tentar convencer os filhos a comerem: o aviãozinho, cantam. Sei que é contra tudo isto.
Sim. Não há que fazer nada nunca para obrigar o bebé a comer. Nem coisas boas, nem coisas más. Nem dar-lhe castigos por não comer, nem dar-lhe prémios por comer tudo, nem distraí-lo para que coma. Porque um bebé saudável comerá o que precisa e um bebé doente não ganha nada se o obrigarmos a comer.

* Como é que uma mãe pode saber que o bebé está a mamar o suficiente?
Na realidade, é muito difícil saber. Serve de pouco ver quanto tempo o bebé está na mama, porque uns demoram mais tempo do que outros, uns mamam mais vezes do que outros. Costuma dizer-se às mães que vejam se o bebé faz chichi, se faz cocó. Mas isso é pouco útil e leva muitas mães a ficarem obcecadas, a apontarem sempre quando o bebé faz chichi e cocó. A única coisa que pode comprovar se o bebé está a comer bem é o seu peso. Por isso, é importante controlar o peso dos bebés nos primeiros dias, logo a partir dos dois, três primeiros dias de vida. Depois, é absurdo pesar um bebé todas as semanas. Basta olhar e vê-se que está bem. Mas é muito difícil dar confiança a uma mulher, porque parece que há como uma tendência espontânea para ter medo de tudo.  Penso que as mulheres necessitam é de informação, de apoio, acho que é muito útil ir a um grupo de mães durante a gravidez, sem esperar por ter um problema.

* Defende muito o natural, mas faz questão sempre de frisar a importância das vacinas…
Eu não defendo o natural, defendo o que é melhor para as crianças. Defendo que se deve dar colo às crianças. Porque é natural? Não, porque é o melhor para as crianças. Também acho que as crianças devem andar calçadas e isso não é nada natural.
Há gente muito tonta que diz que o poder dos laboratórios obriga as vacinas a estarem no plano de vacinação. Em Espanha, por exemplo, fecharam-se pisos inteiros de hospitais por causa da crise. Mas não se atrevem a retirar as vacinas do calendário. Se os laboratórios têm tanto poder, como permitiram que houvesse tantos cortes na saúde? O governo sabe que se cortasse a vacina da difteria, daqui a cinco anos haveria uma epidemia de difteria. É curioso como algumas pessoas usam a bandeira da Organização Mundial de saúde para defender o parto natural e a amamentação, mas se a OMS recomenda as vacinas dizem que está vendida aos laboratórios. Uma vacina nem custa dez euros. Houve alturas em que os governos quase tiveram de obrigar os laboratórios a fabricarem vacinas, porque elas são tão baratas que o seu fabrico não rendia.

* Os bebés têm mesmo cólicas?
Sim... mas as cólicas não são nada. É uma maneira de dizer que ele chora e não sabe o que se passa.

* Mas doi-lhes a barriga ou não?
Não há maneira de saber. Não lhe podemos perguntar o que se passa. O que sabemos é que uns bebés choram menos, outros choram mais. Alguns ficam bem no berço outros não. E sabemos que os bebés choram menos se lhes dermos mais colo.

* O colo e o mimo são a melhor solução?
Sim, claro. Há pessoas que dizem: «Se dás muito colo a um bebé, ele habitua-se». Se é assim, se o deixares chorar, ele também se habituará. Mas as duas coisas são mentira. Esta teoria da habituação é absurda. Muita gente crê que as crianças se habituam a tudo por repetição. «Se a pões na tua cama: habitua-se e não vai querer sair da tua cama. Se lhe dás colo: habitua-se e vai querer sempre colo.» Então se lhe puseres a fralda, habitua-se vai querer sempre fralda. É absurdo. Ninguém usará fralda aos 18 anos por causa disso. Quando o teu filho é criança faz coisas de criança e quando for adulto fará coisas de adulto. Não muda porque o educaste, muda porque cresceu.

* O que é que um bebé precisa para ser feliz e saudável?
Para ser feliz, basicamente, precisa da sua mãe (ou alguém que faça o papel da mãe). Para ser saudável… precisa de sorte. Há coisas que podem ajudar, mas, no fundo, é tudo uma questão de sorte.


* As crianças sabem o que têm de comer?

Todas as crianças sabem, todos os animais sabem. Um leão quando tem de comer come.  Um mosquito quando tem fome pica. Até um mexilhão, que não tem cérebro, sabe quando tem de comer. É automático.


* Mas as crianças, muitas vezes, preferem comer bolachas e iogurtes em vez de carne e peixe.

As crianças gostam mais de uns alimentos do que de outros. É normal. Nós adultos também. Mas os pais perguntam: «se as deixarmos comer o que querem não comerão só doces?» Uma criança de dois anos só comerá doces se em casa houver doces. Se os pais não querem que os filhos comam doces, não devem ter doces em casa. Devem ter em casa apenas a comida que achem que seja saudável. E assim, a criança poderá comer o que quiser, pois tudo será saudável.


* E os legumes e as verduras? Porque é que as crianças os odeiam tanto?

A maioria das crianças não gosta de verduras, não gosta de fruta, não gosta de sopa porque são alimentos baixos em calorias. As verduras são muito saudáveis, mas são mais saudáveis para os adultos e com o tempo o nosso gosto muda. De certeza que agora comes mais verduras do que há 20 anos. As crianças têm o estômago muito pequeno e se o enchem de coisas com poucas calorias não conseguem comer o suficiente. Em África, por exemplo, há crianças desnutridas, mas os pais estão bem. Porquê? Porque só comem mandioca e outras coisas que têm poucas calorias. Um adulto pode comer dois quilos de mandioca, mas às crianças essa quantidade não lhe cabe na barriga. E é por isso que quase todas as crianças preferem alimentos com muitas calorias, como massa, batatas fritas, pizza, bolos e a fruta que preferem é a banana, porque tem mais calorias. Há purés de verduras com menos de 15 calorias, não é comida!

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Violência Obstétrica

       Como meus dois partos foram muito tranquilos e tive uma ótima recuperação das minhas cesárias, ainda não tenho uma opinião muito definida sobre o tema. Acho que existem "casos" e "casos"... Mas essa reportagem é muito boa e acho que esse filme poderá contribuir muito para a humanização nos atendimentos hospitalares.


Filme sobre violência obstétrica faz campanha na internet para chegar ao cinema

 

"Para mudar o mundo, primeiro é preciso mudar o modo de nascer." Ao acreditar nesta frase do cientista francês Michel Odent, mulheres ativistas de todo o Brasil têm feito uma campanha nas redes sociais para arrecadar recursos para colocar o filme "Renascimento do Parto" nas salas de cinemas.
Para driblar intervenções médicas, mães optam por parto domiciliar
Por meio de um crowdfunding (financiamento coletivo), o filme, que mostra a violência obstétrica sofrida diariamente pelas mulheres nos consultórios e nas maternidades, conseguiu arrecadar mais do que a meta estabelecida (R$ 65 mil) em apenas cinco dias.
O valor era o necessário para fazer a distribuição do filme. Até as 11h desta quinta-feira (25), já haviam sido arrecadados mais de R$ 87 mil. No crowfunding é possível doar a partir de R$ 30.
O filme conta com relato de profissionais da saúde, como Michel Odent, da antropóloga norte-americana Robbie Davis-Floyd, da parteira mexicana Naoli Vinaver.
Mães e pais também dão depoimento sobre a experiência no nascimento dos filhos, entre eles, o ator Márcio Garcia e sua mulher, Andréa Santa Rosa. O casal tem três filhos e conta como foi vivenciar um parto cesáreo, um normal hospitalar e um natural, ocorrido na casa do casal.
O longa-metragem, com duração de 90 minutos, conta ainda com entrevistas de obstetras, parteiras, doulas (mulheres que ajudam a gestante antes, durante e após o parto) e pediatras.
Todo o trabalho foi feito pelo casal Erica de Paula, 26, e Eduardo Chauvet, 42, que arcou sozinho com as despesas do filme. Segundo eles, alguns colaboradores ajudaram, por exemplo, com a liberação de uso de fotos e imagens de partos.
Assista ao vídeo em dispositivos móveis
O dinheiro levantado no crowdfunding, explica Erica, é para pagar as novas despesas para que o filme possa chegar até o público, como os custos de distribuição do filme, material gráfico de divulgação, eventos da pré-estreia e a primeira tiragem de DVDs do filme.
Erica conta que o período de pesquisa começou em 2011 e que o trabalho só foi concluído em março deste ano. "O filme é uma ferramenta muito importante para a conscientização de toda a população sobre a importância da forma como nascemos e as repercussões que esse momento tem em toda a nossa vida", explica.
O longa-metragem mostra que as cesáreas são cirurgias que salvam bebês todos os dias, mas que devem ser indicadas apenas quando há algum tipo de risco para mãe ou para o bebê. As estatísticas apontam que o Brasil é o país campeão mundial de cesarianas (52% no índice geral e mais de 90% no sistema privado, contra os 15% recomendado pela Organização Mundial de Saúde).
A expectativa é que o filme esteja em 60 dias nas salas de cinemas de oito capitais - Rio, São Paulo, Brasília, Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba, Salvador e João Pessoa. Em seguida, a ideia é comercializar o filme em DVD e inscrever o longa-metragem em festivais nacionais e internacionais.
As doações podem ser feitas por meio do site.
        Fonte: Folha de S. Paulo